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"A Senhora de Brabante"

Domingo, 28.09.14

Tem um leque de plumas gloriosas,
na sua mão macia e cintilante,
de anéis de pedras finas preciosas
a Senhora Duquesa de Brabante.

N'uma cadeira d'espaldar dourado,
escuta os galanteios dos barões.
- É noite: e, sob o azul morno e calado,
concebem os jasmins e os corações.

Recorda o senhor Bispo acções passadas.
Falam damas de jóias e cetins.
Tratam barões de festas e caçadas
à moda goda: - aos toques dos clarins.

Mas a Duquesa é triste. - Oculta mágoa
vela seu rosto de um solene véu.
- Ao luar, sobre os tanques chora a água...
- Cantando, os rouxinóis lembram o céu...

Dizem as lendas que Satã vestido
de uma armadura feita de um brilhante,
ousou falar do seu amor florido
à Senhora Duquesa de Brabante.

Dizem que o ouviram ao luar nas águas,
mais louro do que o sol, marmóreo e lindo,
tirar de uma viola estranhas mágoas,
pelas noites que os cravos vêm abrindo...

Dizem mais, que na seda das varetas
do seu leque ducal de mil matizes...
Satã cantara as suas tranças pretas,
- e os seus olhos mais fundos que as raízes!

Mas a Duquesa é triste. - Oculta mágoa
vela seu rosto de um solene véu.
- Ao luar, sobre os tanques chora a água...
- Cantando, os rouxinóis lembram o céu...

O que é certo é que a pálida Senhora,
a transcendente Dama de Brabante,
tem um filho horroroso... e de quem cora
o pai, no escuro, passeando errante.

É um filho horroroso e jamais visto! -
Raquítico, enfezado, excepcional,
todo disforme, excêntrico, malquisto,
- pelos de fera, e uivos de animal!

Parece irmão dos cerdos ou dos ursos,
aborto e horror da brava Natureza...
- Em vão tentam barões, com mil discursos,
desenrugar a fronte da Duquesa.

Sempre a Duquesa é triste. - Oculta mágoa
vela seu rosto de um solene véu.
- Ao luar, sobre os tanques chora a água...
- Cantando, os rouxinóis lembram o céu...

Ora o monstro morreu. - Pelas arcadas
do palácio retinem festas, hinos.
Riem nobres, vilões, pelas estradas.
O próprio pai se ri, ouvindo os sinos...

Riem-se os monges pelo claustro antigo.
Riem vilões trigueiros das charruas.
Riem-se os padres, junto ao seu jazigo.
Riem-se nobres e peões nas ruas.

Riem aias, barões, erguendo os braços.
Riem, nos pátios, os truões também.
Passeia o duque, rindo, nos terraços.
- Só chora o monstro, em alto choro, a mãe!..

Só, sobre o esquife do disforme morto,
chora, sem trégua, a mísera mulher.
Chama os nomes mais ternos ao aborto...
- Mesmo assim feio, a triste mãe o quer!

Só ela chora pelo morto!.. A mágoa
lhe arranca gritos que ninguém mais deu!
- Ao luar, sobre os tanques chora a água...
- Cantando, os rouxinóis lembram o céu...

 

 - em Claridades do Sul de Gomes Leal, dedicado a Alberto Osório de Castro


vale a pena ouvir a versão declamada por João de Carvalho.

 

Eu chorei a ouvir...simplesmente DIVINAL.

 

Acho que me vou dedicar a ler poesia.. fez-me muito bem ir ouvir a recitar. Estou de baterias carregadas.

 

Relativamente a este poema só tenho um comentário a fazer.

 

MÃE É MÃE....

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Limpezas

Quinta-feira, 25.09.14

Desculpem a minha ausencia mas ando em limpezas... de casa, de roupas e a tentar fazer limpeza á memoria e das más recordações.

 

As vezes é preciso ficar distante...desligar a ficha e aproveitar um pouco o bom da vida.

 

Amanha vou pintar o cabelo... limpezas tambem inclui mudanças. Um miminho para mim {#emotions_dlg.tongue}

 

proxima semana já tou de volta.

 

Bom fim de semana.{#emotions_dlg.lips}

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As pessoas...

Terça-feira, 16.09.14


"Aprendi que as pessoas podem esquecer-se daquilo que lhes dizes, podem esquecer-se daquilo que fizeste, mas nunca se esquecem das sensações que lhes provocaste."

Maya Angelou

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Domingo...

Domingo, 14.09.14

Saudades dos domingos que passava em casa de pijama..

sem preocupaçoes.. apenas acordar e sofa... almoçar e sofa... jantar e sofa...

dia todo a descansar... na preguiça...

agora tudo se tranformou.. só trabalho e mais trabalho..

Sou apenas eu... e eu...

 Madrugar todos os dias não é nada facil.{#emotions_dlg.annoyed}

 

Boa semana para todos..

 

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cansaço...

Sábado, 13.09.14
Ando completamente de rastos... A suplicar por férias. Preciso de ter meu espaço... Meu silêncio.
Tenho dias que queria fugir... Eu é meu príncipe... Só nos dois... Sem mais ninguém...

Bom fim de semana

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publicado por Duda às 22:41

Escolinha

Quinta-feira, 11.09.14
Amanhã é o primeiro dia da independência do meu príncipe...
Ainda ontem o senti a mexer minha barriga e já vai para escolinha???? deixa -lo voar... Cair... Levantar...
Uma nova fase... Espero que se adapte bem... Claro que eu fico com coração nas mãos.

MÃE é MÃE.

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Avó..

Terça-feira, 09.09.14

Hoje é daqueles dias que so penso besteiras..

hoje minha avó completa mais uma primavera, e sinto que não estou nada preparada para a ver partir..

É um Exemplo a seguir, como Mulher, Mãe, Esposa.. como pessoa.

A ela devo quase tudo do que eu sou...

 

estou assim.. triste...sofro por antecipaçao.. talvez. Não sei porque mas tenho presentimento estranho

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Aparencias...

Segunda-feira, 08.09.14

Não percebo como existem pessoas que vivem de APARENCIAS.

têm um bom telemovel.. um bom carro... so usam roupas da marca XPTO mas esquecem-se que lhe falta o mais importante..

Conheço algumas que entras em casa delas e tem roupa suja por todo o lado.. a roupa que esta no estendal ja la esta a alguns DIAS.. acho que se segura sem molas... não dao boas refeiçoes aos filhos porque isso nao interessa..

 

Sou pobre mas sou HUMILDE, HONESTA. Não falo por inveja mas sim por pena destas pessoas. Sou muito rica eu outras coisas.. e sim essas são verdadeiramente importantes para mim.

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Os Amigos Nunca São para as Ocasiões

Terça-feira, 02.09.14

"Os amigos nunca são para as ocasiões. São para sempre. A ideia utilitária da amizade, como entreajuda, pronto-socorro mútuo, troca de favores, depósito de confiança, sociedade de desabafos, mete nojo. A amizade é puro prazer. Não se pode contaminar com favores e ajudas, leia-se dívidas. Pede-se, dá-se, recebe-se, esquece-se e não se fala mais nisso.

A decadência da amizade entre nós deve-se à instrumentalização que tem vindo a sofrer. Transformou-se numa espécie de maçonaria, uma central de cunhas, palavrinhas, cumplicidades e compadrios. É por isso que as amizades se fazem e desfazem como se fossem laços políticos ou comerciais. Se alguém «falta» ou «não corresponde», se não cumpre as obrigações contratuais, é logo condenado como «mau» amigo e sumariamente proscrito. Está tudo doido. Só uma miséria destas obriga a dizer o óbvio: os amigos são as pessoas de que nós gostamos e com quem estamos de vez em quando. Podemos nem sequer darmo-nos muito, ou bem, com elas. Ou gostar mais delas do que elas de nós. Não interessa. A amizade é um gosto egoísta, ou inevitabilidade, o caminho de um coração em roda-livre.

Os amigos têm de ser inúteis. Isto é, bastarem só por existir e, maravilhosamente, sobrarem-nos na alma só por quem e como são. O porquê, o onde e o quando não interessam. A amizade não tem ponto de partida, nem percurso, nem objectivo. É impossível lembrarmo-nos de como é que nos tornámos amigos de alguém ou pensarmos no futuro que vamos ter.
A glória da amizade é ser apenas presente. É por isso que dura para sempre; porque não contém expectativas nem planos nem ansiedade. "

Miguel Esteves Cardoso, in 'Explicações de Português'

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